sábado, 24 de novembro de 2007

“Nada existe onde não estou e estou em nenhum lado. Tudo me espera para me destruir mais ainda. Tenho pressa de resolver-me. Tenho pressa de desaparecer. Tenho pressa.”
José Luís Peixoto


ian curtis

É o silêncio que faz a diferença. Na sombra do silêncio escondeu que a sua fraqueza residia no corpo. A imensidão do silêncio inibiu uma vida sufocada por uma rotina angustiante. O silêncio que alimenta a crença na mentira. A mentira que sustenta a capacidade de partilhar o mesmo sentimento por forças opostas, com semelhante intensidade e sofrimento. Dia sim, dia não o silêncio interrompia-se. De forma grotesca a ausência de silêncio era aproveitada para emergir um pedido de socorro. O pedido era atendido. Viveu prazeres desconhecidos que abriram portas para um poço cada vez mais fundo onde a atmosfera era a ideal para a incubação do silêncio irreversível. No fim já não restava o medo que o corroía e a fuga que o levou a cair no poço tornou o silêncio ensurdecedor. É o silêncio que ainda faz a diferença.

2 comentários:

leydeeburd disse...

Tb gostaste do ruidinho gostoso da projecção? Eu adorei... :(

scavenger disse...

os projecionistas estavam a assar castanhas :\