benze-se em tons de negro, é a inevitabilidade que o destino lhe reservou, avança para o microfone. há um peso que traz dentro dela, o corpo pesa-lhe os movimentos presos pela gravidade que guarda. no fado a voz é coerente com o corpo, torcido e sofrido, cumprindo a voz a função de libertação e fuga até ao último suspiro num esgar de dor. a postura do corpo curvado e prostrado, suspenso e suportado pelo tripé do microfone onde só a voz se esvai, reluzente no brilho dos sons, libertando a dor e maus espíritos que lhe pesam. a actuação funda-se nessa desenraização dos espíritos, de tristezas e frustrações plenas, a entrega é verdadeira e cheirosa de honestidade sepulcral praticada e revertida em palavras por outros escritas que casam com a voz sublime e curtida de vícios de Cristina Branco.
espantados os espíritos pelo menos por mais uma noite.
é menos uma noite na espera.
6 comentários:
Gosto muito mais desta versão da Cristina Branco (d'"O Meu Amor"), mas tenho que confessar que a certa altura ficaria engraçado que ela tocasse nos ritmos da versão do Chico.
bem aventurados, são os que conseguem fruir de igual forma das duas versões. acho que tu e eu nos enquadramos nesse escalão. :)
*_*
que andas a beber??
refresh ^^
isso bate?
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