seis horas em quarenta corresponde a quinze por cento do tempo. foram os meus quinze por cento non-stop. serralves em festa é giro, é democrático e dentro dos possíveis é bem organizado e gerido. tem cor, tem calor, tem brisa, tem pó, tem relva, tem sorrisos, tem conversas, tem merendas, tem cerejas e tem gente, muita gente distribuída por todos os estratos sociais. tem som a mais em alguns momentos e luz a menos noutros.
ao que reservei particular atenção teve ao fim da tarde um cozinhado de voz lírica (josephine foster) com a distorção da guitarra que não resultou, nem a própria parecia empenhada em que resulta-se com tamanha falta de empenho dos presentes. depois esbarrei com a primeira verdadeira surpresa da noite, e porque em serralves esbarrar é mesmo o termo apropriado uma vez que a ordem natural do corpo é a deambular, fui atraído por entre as clareiras de arbustos por um toque de xilofone, abanquei e colei. o rapaz solitário (noiserv) cantava, construía e descontruía artilhado de brinquedos*, enquanto nas suas costas eram projectados rascunhos desenhados em tempo real. seguiu-se a outra surpresa o sound check e o concerto do gorducho (dan deacon) e da tropa toda que o acompanhava. festa brava, esquizofrenia de sons e de instrumentos e uma grande vontade de partilhar a festa e o prazer que se passava em cima do palco para o público. já há muito não via tamanha interacção entre as partes.
* alguns dos brinquedos
quarta-feira, 3 de junho de 2009
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3 comentários:
muito bem. e tem magnórios também.
ou nesperas. no fundo todos tem caroços para engolir.
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