domingo, 3 de outubro de 2010

novas oportunidades

"Chega-se a um momento na vida em que da gente que se conhecem são mais os mortos do que os vivos. E a mente recusa-se a aceitar outras fisionomias, outras expressões: em todos os rostos novos que encontra, grava as velhas feições, para cada um arranja a máscara que melhor se adapta."*


(trabalho aturado de Nora Sturges a gravar as imagens das viagens e das cidades que Marco Polo "descrevia" ao imperador dos mongóis)


"O inferno dos vivos não é uma coisa que virá a existir; se houver um, é o que já está aqui, o inferno que habitamos todos os dias, que nós formamos ao estarmos juntos. Há dois modos para não o sofrermos. O primeiro torna-se fácil para muita gente: aceitar o inferno e fazer parte dele a ponto de já não o vermos. O segundo é arriscado e exige uma atenção e uma aprendizagem contínuas: tentar e saber reconhecer, no meio do inferno, quem e o que não é inferno, e fazê-lo viver, e dar-lhe lugar."*


o Senhor trabalhou sete dias e ao oitavo podia ter passado a pasta ao Italo Calvino.

* Italo Calvino - As Cidades Invisíveis

2 comentários:

Beatrix Kiddo disse...

o Calvino é que sabe...penso sempre numa pessoa careca qdo penso em Calvino

scavenger disse...

para ti o calvino é o mr. magoo.