a cegueira não é a perda de um sentido mas antes a transformação do mesmo, como que se os olhos se fechassem, toldados por um espelho que só permite ver o interior de cada indivíduo. com a menos valia que esta ao contrário da outra não permitir ignorar, fechar os olhos, nem passar ao lado, passar ao lado significa deixar alma desabitar o corpo. é esta a visão do interior que assusta, é aterradora. não há esconderijos possíveis, não há máscaras que permitam conservar o que não existe dentro de cada um.
ao ler o ensaio sobre a cegueira confirmo que o homem é o mais puro e o mais sujo e nefasto ser alguma vez inventado. toda a negritude fétida que habita o ser humano está lá resumida em meia dúzia de páginas de cárcere.
foi a primeira vez que tremi ao virar uma página, foi a primeira vez que quis tapar os olhos como se um filme de terror tivesse a desenrolar à minha frente.
but i don't often see it.
there is beauty in this land,
but i don't often feel it.
a silver mt. zion
2 comentários:
esse livro... li-o num soluço!!
*susana (jig)
Vá, desejo-te inspiração do género para escreveres sobre os concertos bonitos que presenciaste :)
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