terça-feira, 11 de novembro de 2008

a cegueira não é a perda de um sentido mas antes a transformação do mesmo, como que se os olhos se fechassem, toldados por um espelho que só permite ver o interior de cada indivíduo. com a menos valia que esta ao contrário da outra não permitir ignorar, fechar os olhos, nem passar ao lado, passar ao lado significa deixar alma desabitar o corpo. é esta a visão do interior que assusta, é aterradora. não há esconderijos possíveis, não há máscaras que permitam conservar o que não existe dentro de cada um.

ao ler o ensaio sobre a cegueira confirmo que o homem é o mais puro e o mais sujo e nefasto ser alguma vez inventado. toda a negritude fétida que habita o ser humano está lá resumida em meia dúzia de páginas de cárcere.

foi a primeira vez que tremi ao virar uma página, foi a primeira vez que quis tapar os olhos como se um filme de terror tivesse a desenrolar à minha frente.

there is beauty in this land,
but i don't often see it.
there is beauty in this land,
but i don't often feel it.

a silver mt. zion

2 comentários:

Anónimo disse...

esse livro... li-o num soluço!!


*susana (jig)

mar!ana disse...

Vá, desejo-te inspiração do género para escreveres sobre os concertos bonitos que presenciaste :)

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